A ansiedade é um dos males da nossa sociedade atual, mas é importante entender que ela se manifesta de diferentes formas. A que falamos hoje, e porque estamos a viver uma pandemia a nível mundial, que a todos surpreendeu e trouxe o aprender de uma nova realidade, é a ansiedade que gira em torno do vazio.
Durante os últimos meses, desde março de 2020, vivemos com medo de um vírus que afeta, invade, modifica, reorganiza, reestrutura, questiona, e poderíamos continuar a enumerar toda a nossa vida, não só física, mas sobretudo mental. E, é a partir daqui, do pensamento, da emoção que surge o medo, o medo de não ser capaz, o medo não voltar a ser o mesmo, o medo da realidade não ser a mesma, o medo de uma nova vivência, o medo da crise, o medo do vírus, o medo da morte.
Mas tudo isto é viver, a vida existe porque existe a morte, e quando aceitamos entrar no jogo da vida passamos a ter uma visão sã da vida. O jogo da vida é um lugar subtil de presença e ausência. Quando sentimos medo, no nosso corpo acontecem
transformações químicas que aumentam as nossas energias e nos permitem reagir a situações de perigo ou de stress, através do ataque ou da fuga. A ansiedade nestas situações é importante e útil, porque serve o propósito de nos defendemos. No entanto, por vezes a ansiedade persiste, e permanecemos ansiosos, ao invés de passado o perigo devermos gradualmente superar o estado de animo, provocado pelo medo. Neste sentido, o problema não é combater a ansiedade, mas conhecê-la e saber interpretá-la para que possa ser-nos útil.
Desde a Antiguidade, e ao longo de toda a história da Humanidade, o ser humano compreendeu a importância do binómio, corpo e mente. São imensas as práticas que têm o objetivo de dominar o corpo e a mente, e mais profundamente, eram e são técnicas e métodos para atingir o equilíbrio e uma harmonia psicossomáticos que consentem a realização da dimensão verdadeira, autêntica do ser humano. Contudo, o aumento das solicitações proveniente do mundo exterior, têm como consequência uma maior dificuldade em dedicar-mo-nos à vida interior. Hoje, o individuo é desarmónico e cria à sua volta a desarmonia em todos os campos da sua vida, na família, na sociedade e no ambiente, sobretudo porque não se conhece a si mesmo. É continuamente projetado para fora de si porque tem medo de olhar pra dentro. Há que reaprender a olhar-mo-nos por dentro, em silêncio, para reencontrar a nossa unidade e irrepetibilidade pessoal, através da tomada de consciência da aceitação do ser eu.
Em época de pandemia e de desconfinamento físico é necessário também desconfinar a mente…. É muito importante parar e ouvir os pensamentos que surgem na hora do vazio, por mais que eles tragam sensações menos boas, há que ouvir! Ao atentar aos pensamentos é possível entendê-los, interpretá-los e questioná-los. Mas, normalmente o que acontece é uma fuga desse pensamentos, e ao invés de um merecido descanso, cada um de nós se ocupa cada vez mais para não ter que lidar com esse vazio.
Esta é uma armadilha, não caia nela.
A Mental Skills tem uma equipa de técnicos que o pode ajudar a Desconfinar…a Mente.
Paula César
Psicóloga Clinica e da Saúde